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Trump faz ameaça à agenda de Lula que quer 'driblar' o dólar para o Brics

Bloco quer atuar de maneira mais independente do uso do dólar nas suas transações internas.

02/12/2024 09h56Atualizado há 3 meses
Por: Cecílio Batista
Fonte: G1 - UOL (Jamil Chade)

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu neste sábado (30) que os países membros do Brics se comprometam a não criar uma nova moeda ou apoiar outra moeda que substitua o dólar, sob pena de sofrerem tarifas de 100%.

"Exigimos que esses países se comprometam a não criar uma nova moeda do Brics, nem apoiar qualquer outra moeda que substitua o poderoso dólar americano, caso contrário, eles sofrerão 100% de tarifas e deverão dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia norte-americana", escreveu Trump em sua rede social n o X.

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"Eles podem procurar outro 'otário'. Não há nenhuma chance dos Brics substituírem o dólar americano no comércio internacional, e qualquer país que tentar deve dizer adeus aos Estados Unidos", acrescentou Trump.

Desde janeiro deste ano, o Brics tem dez membros plenos. Além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, se uniram ao bloco como membros permanentes Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos.

Procurados, a Presidência da República do Brasil e o Ministério de Relações Exteriores do país não comentaram.

Em outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu, em reunião de cúpula dos países do Brics em Kazan, na Rússia, que o bloco de países emergentes avance na criação de meios de pagamento alternativos entre si, fugindo da necessidade de uso do dólar.

O desenvolvimento de um mecanismo de compensação de pagamentos em moedas locais é uma das prioridades do Brasil no Brics, que quer ver o bloco menos dependente do uso do dólar nas suas transações internas.

O Brasil assume a presidência do bloco a partir deste ano e durante 2025, e tem a intenção de acelerar essa proposta e também ampliar a atuação do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco do Brics, atualmente presidido pela ex-presidente Dilma Rousseff.

Encontro com primeiro-ministro canadense

Neste sábado, Donald Trump também se encontrou com o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, e disse que tiveram uma reunião "muito produtiva".

Nela, os líderes discutiram questões relacionadas à fronteira e outros tópicos, incluindo comércio, energia e o Ártico.

“Discutimos muitos tópicos importantes que exigirão que ambos os países trabalhem juntos para resolver, como a crise do fentanil e das drogas que dizimaram tantas vidas como resultado da imigração ilegal, acordos comerciais justos que não prejudicam os trabalhadores americanos e o enorme déficit comercial que os EUA têm com o Canadá”, disse Trump em um post no Truth Social.

“Trudeau se comprometeu a trabalhar conosco para acabar com essa terrível devastação das famílias americanas”, acrescentou.

Embaixador na França

Ainda na onda de anúncios, o presidente americano eleito disse escolheu o pai de seu genro Jared Kushner, o magnata do setor imobiliário Charles Kushner, para ser o embaixador do país na França.

"Ele [Charles Kushner] é um tremendo líder empresarial, filantropo e negociador, que será um forte defensor representando nosso país e seus interesses", disse Trump em um post no Truth Social.

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